PSD diz que há quase três mil em Matosinhos sem médico de família

O PSD de Matosinhos revelou, esta quarta-feira, que há 2925 residentes no concelho sem médico de família, tendo já pedido aos eleitos do partido na Assembleia da República para “levantarem a voz” e exigirem a regularização urgente desta “grave situação”.

O PSD pediu igualmente uma reunião urgente aos responsáveis da Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos e à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, referiu o presidente da concelhia, Bruno Pereira, em comunicado.

“Esta situação arrasta-se no tempo sem se vislumbrar solução, para desespero de cerca de três mil matosinhenses e dos seus familiares”, frisou.

Em resposta à Lusa, a ULS de Matosinhos esclareceu que à data atual o número de utentes com inscrição ativa no ACES de Matosinhos totalizava 173.549 inscritos, valor superior ao homólogo de 2017 (+0,8%), sendo que 98,1% dos utentes têm médico de família atribuído.

Por seu turno, Bruno Pereira vincou que são os próprios profissionais que denunciam estas falhas, desde a falta de médicos à ausência de consultas para doentes diabéticos, hipertensos e de planeamento ou vigilância de grávidas e recém-nascidos.

Sublinhando que a situação é “grave”, por colocar em causa o direito à saúde, o presidente do PSD de Matosinhos criticou o “silêncio ensurdecedor” da câmara local.

“A Câmara de Matosinhos assobia para o lado como se o problema não existisse, parecendo não querer saber do sofrimento e das dificuldades a que 2.925 matosinhenses estão condenados”, considerou.

Segundo a ULS de Matosinhos, em 11 das 14 unidades (entre Unidades de Saúde Familiar e Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados) regista-se uma cobertura de 100% ou muito próxima desse valor, adiantou.

“É previsível estarmos em condições, nas próximas semanas, de atribuir médico de família à lista de utentes sem médico de uma das nossas Unidades de Saúde Familiar – a USF Caravela – e assim ver atribuído médico a mais 1.750 utentes”, frisou.

A unidade de saúde salientou que no total do ACES, cerca de 300 utentes encontram-se sem médico atribuído por opção própria.

“Apesar da percentagem mínima remanescente de doentes sem médico de família atribuído – cerca de 1300 num universo de 173.405 – a situação está identificada e o Conselho de Administração da ULSM está empenhado em continuar a resolve-la, tendo como objetivo garantir a cobertura total”, terminou.

Jornal de Notícias

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