PSD de Matosinhos acusa autarquia de estar ao serviço da campanha do PS. Luísa Salgueiro alega que é falso
Bruno Pereira, líder da concelhia laranja, afirma que a Câmara atua como um departamento do PS. Funcionários de uma empresa municipal terão ligado a responsáveis de IPSS, associações e coletividades para estarem presentes no jantar-comício da candidatura do PS às europeias. Autarquia nega
A concelhia do PSD de Matosinhos acusa o PS de usar a Câmara liderada por Luísa Salgueiro como “se fosse um mero departamento” ao serviço dos socialistas. Bruno Pereira denunciou, esta terça-feira, a administração da Matosinhos Sport, empresa municipal “paga pelo dinheiro dos matosinhenses e utilizando meios do erário público” de terem, na passada semana, contactado associações, clubes desportivos e IPSS de Matosinhos para “convencerem” os seus dirigentes a participar no jantar de apoio à candidatura do PS ao Parlamento Europeu, na despedida da campanha a norte.
“A administração da empresa municipal tem todo o direito de ser socialista, quanto mais não seja por gratidão pelo emprego que lhe proporcionaram. Não tem é o direito de utilizar meios da Matosinhos Sport, e logo da Câmara Municipal, para garantir uma boa casa no jantar do PS, em Matosinhos”, avança em comunicado o PSD local, sublinhando que a empresa municipal não tinha o direito de usar a sua condição de administração de uma empresa municipal para “pressionar dirigentes associativos para encherem salas em comícios do PS, quando, ainda por cima, alguns desses dirigentes associativos até são filiados de outros partidos”.
Segundo afirmou Bruno Pereira ao Expresso, as denúncias da pressão foram feitas à concelhia a que preside “por alguns dos contactados, alguns eleitos pelo PSD para juntas de freguesia, mas por temerem represálias” não querem dar a cara. “Muitas destas coletividades estão sediadas em espaços públicos, concedidos pela Câmara de Matosinhos, ou pelas empresas municipais e recebem ainda subsídios estatais, os quais passam pelo crivo da autarquia ou da referida empresa municipal”, lembra Bruno Pereira para justificar o receio de manifestação dos contactados.
“Tudo isto é uma vergonha, mas mais vergonhoso ainda será a presidente da Câmara, que também preside ao Conselho de Administração da Matosinhos Sport, não determinar, imediatamente, a demissão da administração da empresa municipal”, diz o líder concelhio, que adverte que, se os visados não forem demitidos, “o PSD, após consulta dos órgãos superiores do partido, irá apresentar queixa junto da Comissão Nacional de Eleições ou até queixa-crime”.
Bruno Pereira adiantou ao Expresso ter enviado uma carta, por e-mail, a Luísa Salgueiro, a questionar se estava a par “destes comportamentos ilegais e não pactua com os mesmos”, correspondência que, garante, ainda não obteve resposta.
Questionada pelo Expresso, a autarquia afiança que a alegação do PSD é completamente falsa. “Nem eu nem nenhum dos administradores da Matosinhos Sport fizemos qualquer contacto em nome da empresa municipal, ou utilizando os meios desta, tendo em vista qualquer iniciativa política”, refere Luísa Salgueiro.
Enquanto presidente da comissão política concelhia do PS, a presidente da autarquia salienta ainda que o PS de Matosinhos “não recorre aos métodos utilizados pelo PSD no arraial minhoto, do passado fim-de-semana, conforme revelado por uma reportagem da RTP”. O evento invocado teve lugar em Esposende, domingo, um repasto que, de acordo com a reportagem da estação pública, mobilizou 2544 convidados, vindas de concelhos, como Celorico de Basto ou Vieira do Minho, em autocarros fretados pelas estruturas locais do partido.
– Fonte: Expresso