PSD/Matosinhos acusa Luísa Salgueiro de negociar com o Governo um acordo de transferência de competências na educação pior do que o que vigora no concelho no qual é autarca.

O presidente da concelhia social-democrata de Matosinhos, Bruno Pereira, acusa a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro, de “não defender os municípios na delegação de competências”. Num comunicado enviado às redações, Bruno Pereira considera que, “no mínimo, Luísa Salgueiro seria obrigada a defender um contrato de descentralização de competências na área da educação para todos os municípios em condições e termos semelhantes ao que está em vigor em Matosinhos”.

Desde 2015 o município de Matosinhos detém um contrato interadministrativo, na área da educação, de delegação de competências, de relevo, assinado com o Governo de Pedro Passos Coelho, sendo que as despesas relacionadas com “manutenção de edificado, visitas escolares, cultura, transporte de crianças e jovens, despesas com empresas de limpeza, gás, água, telecomunicações e energia” seriam suportadas pelo Estado central “e com uma maior dotação financeira por escola, por aluno e agrupamento escolar do que o proposto atualmente”.

Contactada pela Lusa, a presidente da ANMP não quis comentar a acusação de Bruno Pereira.

Ainda assim, para o PSD de Matosinhos, “a presidente da ANMP escamoteia, junto dos seus associados, o que se passa no seu município, talvez devido aos remorsos pelo facto de o PS ter sido contra este acordo vantajoso para Matosinhos, prejudicando assim as autarquias em benefício do Governo”.

Aquele dirigente concelhio acusa ainda o PS e a presidente da ANMP de “total falta de transparência” de “continuarem sem perceber o verdadeiro impacto de uma transferência de competências nos moldes pretendidos, quando no seu município obtiveram melhores condições contratuais, com um governo do PSD/CDS e que ainda hoje vigoram”.

As negociações entre o Governo e a ANMP atrasaram-se em áreas como a educação, a saúde e a ação social, que envolviam a transferência de funcionários, equipamentos e, em consequência, montantes financeiros.

O atraso da publicação dos diplomas levou à prorrogação do prazo para que os municípios assumissem definitivamente estas competências, de 1 de janeiro de 2021 para 31 de março de 2022.

A 1 de abril deste ano, quando era esperado que os municípios assumissem definitivamente competências na Saúde e na Educação, menos de metade dos municípios elegíveis (201 na Saúde e 278 na educação) tinham assumido as competências voluntariamente.

Fonte: Lusa

 

 

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