PSD/Matosinhos pede maior frequência na recolha de resíduos orgânicos
O PSD/Matosinhos criticou o facto de a recolha de resíduos orgânicos não ser feita diariamente causando “problemas de saúde pública”, já a câmara explicou que a recolha é feita semanalmente não havendo motivos para aumentar esta periodicidade.
“Pedir a adesão da população sem realizar a recolha diária é de uma irresponsabilidade atroz que só encontra justificação em ambições políticas e mera propaganda”, disse o presidente do PSD/Matosinhos, Bruno Pereira, em comunicado enviado à Lusa.
Na sua opinião, é “inadmissível” que o executivo socialista, liderado por Luísa Salgueiro, tenha gasto mais de meio milhão de euros na criação e promoção de uma campanha de recolha seletiva de resíduos orgânicos alimentares sem acautelar e organizar devidamente a sua recolha com a cadência mínima exigida, e sem olhar aos “graves problemas” de salubridade e saúde pública que podem ocorrer.
Questionada pela Lusa, o município adiantou que a recolha destes resíduos é feita uma vez por semana e sempre que os contentores são recolhidos são lavados a alta pressão e higienizados, sendo Matosinhos o único município que executa este procedimento.
“Não se justifica, neste momento, um aumento na periodicidade das recolhas”, vincou a autarquia.
Segundo o PSD, as falhas ou ineficiência na recolha de resíduos orgânicos em locais fechados como casas de lixo são de um enorme perigo para a saúde pública, pois os restos alimentares em decomposição acabam por ser apelativos à proliferação de pragas, tais como larvas, os quais se espalham rapidamente pelos espaços adjacentes e podem provocar danos na saúde da população.
Motivo pelo qual os sociais-democratas vão pedir na próxima reunião de câmara explicações a Luísa Salgueiro e apresentar um protesto por “esta imprudência”.
A autarquia explicou ainda que a estrutura envolvente é feita em fibra que assegura a resistência necessária, é ignífuga e é isolante térmica permitindo assegurar ligeiras variações da temperatura no interior dos contentores onde são depositados os resíduos alimentares.
Desde que a recolha destes resíduos arrancou, acrescenta, já foram feitos mais de 35.000 depósitos de resíduos alimentares e foram rececionadas pelos serviços de ambiente duas reclamações, 28 pedidos de informação para adesão ao projeto e três sugestões de melhoria.
A Câmara Municipal de Matosinhos iniciou em junho a recolha seletiva de resíduos orgânicos em prédios, projeto que estima abranger cerca de 16 mil habitações e 35 mil pessoas.
Este projeto visa a recolha de resíduos alimentares domésticos em habitações, estando excluídos deste cafés e restaurantes dado que, para estes estabelecimentos comerciais, a autarquia tem já disponíveis circuitos de recolha de porta a porta, explicou, em comunicado.
A transformação dos resíduos em composto é realizada na central de compostagem da Lipor, podendo o mesmo ser utilizado nas hortas biológicas das cidades ou em grandes produções que produzem alimentos.