Plano Municipal de Arborização

 

Nos dias que correm, tornou-se premente compreender a importância absolutamente vital que a arborização desempenha na mitigação das alterações climatéricas, na promoção da biodiversidade urbana, no equilíbrio dos ecossistemas e, por consequência na qualidade de vida das pessoas e comunidades. Para tal, é necessário que sejamos capazes de zelar pela plantação e respetivo cuidado de espaços verdes, compostos por prados autóctones e arborizados.

Porquê criar um Plano Municipal de Arborização Urbana?

Sem uma visão detalhada e abrangente, o futuro da arborização será ainda mais incerto. É necessário criar um plano de longo prazo, focado na saúde das árvores e no bem-estar dos munícipes, mas também nos grandes desafios que a sociedade atual enfrenta, na gestão rigorosa do consumo de água, esforço de manutenção e segurança. Uma cidade verde, para além do conforto e agradabilidade para viver, é um importante ativo na silenciosa e contínua ação de descontaminação do ar.

Matosinhos é um local de elevada densidade populacional e possui infraestruturas associadas à libertação de gases com efeito de estufa, como o terminal de cruzeiros e o aeroporto.

Através da criação de um Plano Municipal de Arborização Urbana, pretende-se definir diversos princípios na utilização da vegetação na composição e valorização dos espaços urbanos, bem como realizar o diagnóstico da situação do arvoredo urbano no concelho, identificando e caracterizando-o. Este plano permitirá sistematizar metodologias e estudar o comportamento das diferentes espécies arbóreas existentes nos arruamentos e a sua correlação com os pavimentos existentes, permitindo escolher de uma forma mais precisa as espécies a plantar na via pública.

Os planos de gestão de árvores são essenciais para as cidades sustentáveis.

Para as cidades mais verdes do futuro, é necessário um plano de gestão de árvores para o ambiente urbano, desde a plantação, seleção, proteção e manutenção de árvores. A gestão geral das árvores e vegetação contribui para uma cidade mais habitável e sustentável. As árvores e vegetação ajuda na eliminação de poluentes da água e do ar, e criam ambientes mais amigáveis.

Assim, é importante que o nosso concelho melhore a qualidade de vida da sua população e ajude a mitigar os efeitos das alterações climáticas, melhorando a qualidade do ar, promovendo ecossistemas urbanos naturais mais aprazíveis no controlo da temperatura e humidade atmosférica, promovendo a biodiversidade urbana, no fundo o que se pretende é um concelho de futuro mais verde e sustentável e que acautele as gerações futuras.

A arborização urbana e reflorestação dos espaços urbanos proporciona às cidades inúmeros benefícios, tornando-as num local mais aprazível para viver e resilientes às alterações climáticas. No atual cenário, as árvores têm um papel essencial na estabilidade climática, controlando a humidade, protegendo do vento e da exposição direta aos raios solares, regulando e estabilizando solos, diminuindo a presença na atmosfera de gases e de partículas poluentes, captando o CO2 da atmosfera, reduzindo a temperatura no meio urbano, promovendo a biodiversidade através da criação de habitats naturais. A arborização urbana também favorece a saúde física e mental da população, tendo influência direta na redução da poluição sonora e visual.

Uma cidade arborizada é sinónimo de uma cidade amiga das famílias, onde se promove a saúde e o bem-estar dos cidadãos, onde as pessoas podem disfrutar da natureza, socializar e praticar atividade física, entre demais possíveis atividades.

Reconhecendo o papel preponderante da arborização no espaço urbano – promovendo maior sustentabilidade e melhor qualidade do ambiente urbano e de vida das populações – deve o município de Matosinhos criar um Plano Municipal de Arborização, incentivando a arborização em espaços públicos (arruamentos), espaços de lazer (parques e jardins), e também em áreas residenciais (com a utilização de árvores para delimitar espaços exteriores).

Para este fim, será necessária a criação de uma equipa multidisciplinar para avaliação da situação atual do concelho, percebendo 1) que árvores deverão ser substituídas, 2) que árvores devem ser mantidas, e 3) que novos tipos de árvores e arbustos poderão ser implementados. Deverá ser promovida a plantação de espécies pouco exigentes em água, com baixos custos de manutenção e grande capacidade de adaptação às condições urbanas desfavoráveis, de modo a garantir a sustentabilidade da intervenção sem prejuízo futuro.  As espécies de árvores devem ser espécies autóctones, perfeitamente adaptadas ao ecossistema, escolhidas através de um método técnico, tendo sempre em consideração as características biológicas dos locais destinados à sua plantação, com baixos custos de manutenção e suas diferentes características e condições. Será imprescindível ponderar o porte das árvores para que as mesmas não provoquem problemas com edificações existentes e até com as próprias vias de circulação. Este documento deverá apresentar um plano com visão estratégica para o futuro, assumindo uma continuidade que permita, de forma sustentada e a longo prazo, reorganizar e reformular a arborização do concelho de Matosinhos.

Como medidas inseridas neste Plano Municipal de Arborização Urbana, propõe-se:

• Compensação de espaços verdes para ornamentar o espaço público. Perante uma operação urbanística num local de área verde, devem as empresas de construção, repor/manter alguma arborização no local. A autarquia, como incentivo à implementação desta medida, poderá adotar normas de compensação às empresas.
• Colocação de vasos gigantes, em alguns arruamentos do concelho, posicionados em pontos estratégicos de forma a não suprimirem lugares de estacionamento, interferirem com o trânsito e/ou com passagens pedestres. Estes vasos, para além do agradável impacto visual que criam na paisagem, permitem sombrear as ruas e avenidas, reduzir a temperatura em períodos de maior calor e captar CO2 da atmosfera, refletindo-se no bem-estar da população e tornando o concelho um local mais aprazível para se viver.
• Criação de ‘miniflorestas urbanas’ (pequenos espaços de biodiversidade autóctone em contexto urbano). Para além dos benefícios ambientais, podem ser aplicados no meio escolar, criando um local de análise, de novas aprendizagens e de observação de flora e fauna sensibilizando para a importância da conservação do meio ambiente, bem como de consciencialização das novas gerações para a importância do cuidado e manutenção dos espaços verdes e arborizados.
• Criação de um Parque Ambiental, disponibilizando à população opções de lazer, de recreação, de socialização e de educação ambiental. A criação de um parque urbano em Matosinhos irá oferecer à população uma área de paisagens verdes, próximas das suas zonas de residência, permitindo praticar atividades de lazer e exercício físico ao ar livre. A colocação de bancos e de mesas será essencial por forma a incentivar encontros e convívios. Outra sugestão passa por dotar este parque de uma infraestrutura direcionada para as crianças, em que as mesmas possam brincar em segurança. Para além da vertente de lazer, estes parques são uma importante forma de consciencialização ambiental, uma vez que permitem a aproximação da população com a natureza.

Os espaços verdes, para além da componente de lazer, são essenciais para mitigar os efeitos nocivos provocados pela poluição, contribuindo para a sustentabilidade urbana. Assim, a criação e implementação de um Plano Municipal de Arborização Urbana, que assente nestas linhas orientadoras propostas pelo PSD Matosinhos, pode ser absolutamente fundamental na promoção de maior qualidade de vida dos matosinhenses, preparando o concelho para um presente e futuro mais ecológico e sustentável, procurando conjugar cada vez mais as pessoas com a natureza.