“Quase cinco salários mínimos”: o (polémico) cartão de débito da autarca de Matosinhos
Cartão de débito, com um plafond máximo de 2.500 euros mensais, tem menores custos associados do que a opção por um eventual cartão de crédito, sustenta a proposta. Luísa Salgueiro vincou que o cartão não é para as despesas da presidente, mas para a Câmara de Matosinhos fazer pagamentos através desse meio.
A Câmara de Matosinhos aprovou esta quarta-feira, com os votos contra do PSD e do Movimento António Parada SIM, a atribuição à presidente de um cartão de débito com um `plafond´ de 2.500 euros mensais para despesas de representação.
A proposta discutida na reunião privada do executivo municipal, e a que a Lusa teve acesso, refere que a utilização do cartão circunscreve-se a despesas de representação deste município, do distrito do Porto, por parte de Luísa Salgueiro em deslocações e estadas que estejam inerentes à prossecução das suas atribuições.
O cartão de débito, com um `plafond´ máximo de 2.500 euros mensais, tem menores custos associados do que a opção por um eventual cartão de crédito, sustenta a proposta.
Ao longo do mandato anterior, o valor total utilizado pelo cartão de crédito foi de 1.776 euros, sublinha.
Confrontada com as críticas e os votos contra do PSD e do Movimento António Parada SIM, Luísa Salgueiro vincou que o cartão de débito não é para as despesas da presidente, mas para a Câmara de Matosinhos fazer pagamentos através desse meio.
“É o cartão de crédito da Câmara de Matosinhos que tem de ficar em nome da presidente porque é assim que a lei obriga”.
A autarca, eleita pelo PS, salientou que a autarquia já utiliza esta forma de pagamento desde 2013, estando as despesas efetuadas nesse âmbito enquadradas num regulamento que prevê todo o controlo da despesa.
O PSD manifestou-se contra o “aumento exorbitante” de despesas de representação de Luísa Salgueiro, também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), frisando que o valor corresponde “a quase cinco salários mínimos nacionais”.
O vereador social-democrata, Bruno Pereira, recordou que a autarca recebe, mensalmente, 1.110 euros no seu salário para despesas de representação, acrescido de um cartão de crédito no valor de 1.500 euros que, agora, passa para um cartão de débito no valor de 2.500 euros.
Também o Movimento António Parada SIM lamentou que num momento de crise, a maioria socialista entregue à presidente um cartão de débito com `plafond´ de 2.500 euros.
“Num momento em que tantas famílias se debatem com dificuldades, até para colocar comida na mesa, a proposta do PS é ofensiva“, salientou o vereador Sérgio Meira.
- Fonte: SIC Noticias