PSD/Matosinhos acusa câmara de querer vender 11 lotes por preço “bem abaixo” do mercado
O presidente do PSD/Matosinhos acusou hoje a câmara municipal de colocar apressadamente à venda, através de hasta pública, 11 lotes municipais por 1,5 milhões, “bem abaixo” do preço de mercado.
O social-democrata revelou que esta proposta foi aprovada na última reunião do executivo municipal, que foi privada, e contou com os votos contra do PSD, posição que vai manter na Assembleia Municipal.
Contactada pela Lusa, a Câmara de Matosinhos recusou responder.
De acordo com o social-democrata Bruno Pereira, que disse basear-se em informações dos serviços municipais, os lotes serão vendidos por proposta em carta fechada por valores perto dos 500 euros o metro quadrado.
“O valor base oscilará entre os 116.570,00 e os 174.850,00 euros, valores iniciais incomportáveis para a classe média, visto que acrescem ainda custos de construção das habitações, os quais devem rondar os 350.000,00 euros”, afirmou.
E questionou: “os lotes que vão ser alienados vão dar origem a habitações transacionadas entre os 500 e os 650 mil euros. A quem beneficia esta transação?”.
Bruno Pereira vincou que Luísa Salgueiro, na qualidade de líder da ANMP, elogiou o Governo de António Costa e o seu plano “Mais Habitação”, mas em Matosinhos adota uma postura bem diferente “ao despachar à pressa” terrenos municipais antes da entrada em vigor das medidas anunciadas.
Na sua opinião, o município deveria “dar o exemplo a nível nacional” e destinar esses lotes a habitação combinada (habitação multifamiliar que num só espaço albergue diversas frações) e a custos controlados para jovens e famílias da classe média.
O atual Plano Diretor Municipal (PDM), segundo o social-democrata, contempla uma diminuição do índice de construção e aumentou “exponencialmente” as taxas a serem pagas pelos cidadãos para construírem no concelho.
“Estas erradas políticas de planeamento urbanístico causaram uma perda de competitividade para com os municípios vizinhos e provocaram um aumento da pressão do custo da construção no concelho”, vincou.